Poema gótico "A Farsa"
Os dias aparentam serem iguais. Monótonos; insípidos e pouco expressivos; A todos amo e quase todos me amam. Pensei que a todos eu amasse. Apenas uns – na verdade, poucos. Para ser sincero – creio que nem a mim. Como gosto de ouvir música triste. Alegra-me a alma; deixa-me vivo. Pensei que tudo fosse perpétuo. O amor; o respeito; a amizade. Estou enganado! Dissipa como um cigarro. Confesso ao padre meus crimes. Ele dorme; se entedia – os acha insípidos. Não tenho crimes a confessar, apenas... Apenas mentiras mal contadas. Esse perfume lembra minha infância. Mas prefiro a dor presente. Para que retornar ao passado? Já o vivi! A incerteza do futuro! Os amores da juventude! O conhecimento artificial e arte fútil! Ainda sinto o perfume... É provável que seja um demônio; um anjo. Um parente que ascendeu aos céus. Minha imaginação tentando suprir... Minha dolorosa solidão. Eis o poema por escrito: