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Poema gótico "Regina do Inferninho"

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Desde pequena ela alvoroçava. Aos quinze já era desmantelada. Era o terror do pobre professor. Que nas aulas noturnas lamentava. Regina quando chegava no Inferninho. Era a graça e alegria da casa. Mimada a bonitinha ria alto. Usava batom vermelho e se penteava. Ao dormir ouvia risos e tilintares. Apenas não sabia se elas amavam Mas já tinha decidido seu futuro: Gemeria alto a ecos pelos ares. Regina formosa de corpo quente a provocar. Era um mercado de viajantes solitários. Uma flor de perfume enigmático Uma tentação nas noites de luar. Regina não reclamou sequer por um dia. Se era do trecho ou se caiu na vida. Sabe-se que quando ela passa. Segure-se o homem que a ela avistar. Oh! Regina amada e sem amor! Tu nem na idade das rugas joviais. Não lamenta nem se esvanece. Agraciada de ausência de pudor. No Inferninho dos anjos de luxuria. Entre bebidas, gargalhadas e confusões. Regida pela beleza das nuances transcenden...

Poema gótico "O Discurso de Satã"

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Satã: Sempre presente O observo cautelosamente Emergiu da terra uniforme. O deixarei assim- disforme. Dar-te-ei palavras universais. Amor, Dinheiro e Paixão. Faça mantras e magias. Meu escravo sem visão! O Homem: Tenho percorrido a Terra. Cantado com as nações. A todas acendo velas. Em nenhuma estive são. A doença me consome. O cansaço me acompanha. E tu onde estavas, cão? Satã: Não me viste à noite? Eu estava a te olhar... Ofereci a teu ventre bebida. E contigo fui deitar... Violentou-me a noite toda! E não me fez delirar! Já esqueceste os amores? Meu escravo e vilão! O Homem: O conheço; sei que mente! Aquela donzela assim quis. Satisfiz os desejos dela. E ainda pediu bis. Não foi amor! Foi desejo! Carne com carne humana Fogo e luxuria na cama. Tu és um vacilão! Satã: Não ofenda o teu mestre! Sou príncipe da razão. Governo por séculos mentes. Nenhuma me diz: não! A todos convenço à força. Tenh...

Poema "A Viela"

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Conto "Naquela Noite Choveu..."

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            Da janela do quarto fitava o horizonte nebuloso, as árvores cambaleavam a um lado como alguém que não possui domínio da própria vida, que a qualquer instante pode ser levado e arrancado da terra para sempre e suas raízes nunca mais se firmariam. Por um desejo de evidenciar este fato que não fora cumprido, resolveu fechar a janela, a chuva estava invadindo o quarto, aguçaria então os ouvidos a escutar o tilintar da chuva no telhado  escorrendo pelo chão, a ventania agitada e impetuosa sobre as árvores, o mais delicioso de se ouvir seria os relâmpagos, evidenciar este fenômeno natural causava-lhe uma sensação estranha próxima e intima mas pouco compreensiva.             Adormecer naquela tempestade arrebatava-lhe os sentidos a participar daquele evento majestoso e enquanto conectava-se com as forças naturais, seu corpo adormecia lentamente – Bendita noite para...

Crônica "Os Pensamentos de Isabel"

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                      Silveira, na sala com seus pés sobre uma cadeira agarrado ao controle da tv, aguardava ser servido pela sua escrava que comprara com um anel de ouro das mãos de um senhor que não via a hora de estar livre. No começo mostrava mais interesse por Isabel, mas o tempo maltrata os que não o observam, e antecipou os dias da pobre escrava que aquecia sua barriga saliente ao pé do fogão que preparava um caldo de ovos para seu amo, o pobrezinho estava sofrendo de ressaca do sábado à noite que curtira sem a presença dela.         Isabel estava atenta ao caldo com ovos, a quantidade em porções era de uma precisão irritante, afinal, ela tem conhecimento dos sistemas de medidas usuais, estudara e agora poderia aplicar em prática seu conhecimento. Vivia atormentada com suas obrigações do dia a dia, e passava na sua mente; se tudo estava de acordo como sempre estar como costume. Nada poderia fug...