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Monólogo "Sonho Literário"

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Ilustração: Fernando Mena Meus sonhos são como terríveis pesadelos literários. Tenho comigo um texto corrosivo, expressão das camadas mais obscuras da perversão humana. Lembro-me do dia que brotara e de sua semeadura: caminhava eu por um vale gélido, e sentia medo de estar sozinho entre criaturas desconhecidas, sem alma, desprovidas de bondade, desejosas de meu sangue que pulsava intimidado por aquela estranha situação. Afirmo que não senti a presença de nenhum ser vivo naquele instante, e descrevo que as árvores eram numerosas, secas, vazias. Então, ouvi gemidos sofridos de almas perturbadas, gritos, risos de feiticeiras. Não consegui continuar meu percurso, meu corpo estava paralisado, pensei na morte, pensei nos poetas da noite: marginalizados, boêmios, necrófagos, embriagados, pensei em Sir Lord Byron, Edgar Allan Poe. Ouvi então - um que dizia: Poetas, amanhã no meu cadáver Minha tripa cortai mais sonorosa e cantai nela os amores da vida esperançosa. Era o jovem Álvares de Azev...

Poema "Por toda a Vida"

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Se você gosta de textos fantásticos... Transcendentais... Mórbidos... Diabólicos e Angelicais... Bipolares... Intimistas... Tímidos e ousados... leia-os sem medos... sem receios... sem pecar... Venha... Os levarei à viagens astrais... a um retorno à infância... A um mergulho na alma... Do céu ao inferno... e pairando entre estes.. Minha alma vive... Assim, quero vos apresentar. meus poemas e críticas. Rogério Batista.

Conto "O Fim do Mundo da Servidora Pública "

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O despertador marcava exatamente 6:30 minutos, o toque musical era  infernalmente proposital, afinal, apenas um som muito desagradável a motivava para levantar da cama. Mas naquela vazia manhã, nem mesmo o despertador a incomodava, pois estava reflexiva demais. Porém, sabia de suas obrigações, e levantou-se vazia, mas muito vazia mesmo. Estava inconformada com o que aconteceu na noite anterior, melhor, com o que não aconteceu, enfim o mundo não acabou, e estava profundamente decepcionada           Francimara Silva, funcionária pública, 34 anos, solteira, sem simpatia, mulher amarga, daquelas que todos fazem silêncio quando chegam, não por medo, mas devido sua introspecção tão negativa que suas palavras soavam como ruídos agressivos aos ouvidos.          Seu trabalho era simples, mas muito importante, era atendente do simpático Dr. Jean Félix, marcava as consultas, organizava a fila, dava prioridade àqueles que ...