Conto "O Fim do Mundo da Servidora Pública "
O despertador marcava exatamente 6:30 minutos, o toque musical era infernalmente proposital, afinal, apenas um som muito desagradável a motivava para levantar da cama. Mas naquela vazia manhã, nem mesmo o despertador a incomodava, pois estava reflexiva demais. Porém, sabia de suas obrigações, e levantou-se vazia, mas muito vazia mesmo. Estava inconformada com o que aconteceu na noite anterior, melhor, com o que não aconteceu, enfim o mundo não acabou, e estava profundamente decepcionada Francimara Silva, funcionária pública, 34 anos, solteira, sem simpatia, mulher amarga, daquelas que todos fazem silêncio quando chegam, não por medo, mas devido sua introspecção tão negativa que suas palavras soavam como ruídos agressivos aos ouvidos. Seu trabalho era simples, mas muito importante, era atendente do simpático Dr. Jean Félix, marcava as consultas, organizava a fila, dava prioridade àqueles que ...